O mês de novembro trouxe mudanças significativas nos mercados financeiros globais, com políticas monetárias mais flexíveis em algumas regiões e expectativas econômicas ajustadas em outras.
O mês de novembro trouxe mudanças significativas nos mercados financeiros globais, com políticas monetárias mais flexíveis em algumas regiões e expectativas econômicas ajustadas em outras. A seguir, apresentamos um resumo dos principais acontecimentos do mês, organizado por região e aspectos do mercado.
Nos Estados Unidos, os principais índices — S&P 500, Nasdaq e Dow Jones — tiveram um desempenho positivo em novembro. O Nasdaq registrou uma alta de 5,36%, impulsionado pelo setor de tecnologia, e o S&P 500 subiu 5,3%, refletindo uma melhora no sentimento dos investidores em relação ao cenário econômico, com um certo alívio nas preocupações com a inflação e uma visão mais otimista sobre o crescimento econômico. Em novembro, o Federal Reserve reduziu a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, estabelecendo-a na faixa de 4,5% a 4,75%.
Essa decisão seguiu um corte anterior de 0,5 ponto percentual em setembro, quando a taxa foi ajustada para 4,75% a 5%. Essas reduções refletem os esforços do Fed para estimular a economia em meio a sinais de desaceleração da inflação e um mercado de trabalho robusto. O mercado demonstrou otimismo com essa flexibilização monetária e os principais índices reagiram positivamente [InfoMoney].... Os dados do mercado de trabalho indicaram uma leve desaceleração, o que pode aliviar a pressão sobre o Federal Reserve para continuar elevando as taxas de juros. No entanto, a incerteza sobre o ritmo de crescimento econômico ainda mantém os mercados cautelosos [The Wall Street Journal].
Na Europa, o índice STOXX 600 registrou um ganho de 1%, marcando seu primeiro aumento mensal desde agosto. Esse desempenho foi impulsionado por setores como tecnologia e energia, que apresentaram resultados positivos durante o mês. No entanto, o índice enfrentou volatilidade devido a preocupações com possíveis tarifas comerciais dos Estados Unidos e dados econômicos mistos na zona do euro. A inflação anual na zona do euro subiu para 2,3% em novembro, acima dos 2,0% registrados em outubro, impulsionada principalmente pelo aumento nos preços dos serviços.
Apesar disso, o Banco Central Europeu (BCE) sinalizou uma possível desaceleração no ritmo dos aumentos de juros, trazendo alívio aos mercados, especialmente para setores como o bancário e o de bens de consumo, que foram pressionados pelos sucessivos aumentos das taxas. Essa combinação de fatores permitiu que o STOXX 600 quebrasse uma sequência de quatro semanas de perdas, indicando uma recuperação gradual no mercado europeu [InfoMoney][Reuters][UOL][Financial Times][ADVFN].. A inflação mostrou sinais de enfraquecimento, com o BCE indicando que pode reduzir o ritmo de aumento das taxas de juros se essa tendência continuar. Isso trouxe alívio aos mercados, especialmente para setores como o bancário e o de bens de consumo, que foram pressionados pelos sucessivos aumentos das taxas [Financial Times].
Em novembro, os mercados asiáticos apresentaram desempenhos variados, influenciados por expectativas econômicas e desenvolvimentos setoriais. Na China, os principais índices acionários fecharam em alta. O índice CSI300 subiu 1,14%, acumulando um ganho mensal de 0,7%, enquanto o índice SSEC da Bolsa de Xangai avançou 0,93%. Esses resultados foram impulsionados por expectativas de novos estímulos econômicos na próxima Conferência Central de Trabalho Econômico, prevista para dezembro.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou novembro com uma alta de 0,29%, embora tenha acumulado sua segunda queda mensal consecutiva devido a incertezas geopolíticas. No Japão, o índice Nikkei registrou uma leve queda de 0,4%, influenciado pela força do iene e preocupações com a demanda global, enquanto na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 1,95% devido a realizações de lucro e preocupações com o crescimento econômico. De maneira geral, os mercados asiáticos mostraram resiliência em novembro, apesar dos desafios, com expectativas de novos estímulos econômicos contribuindo para um sentimento positivo entre os investidores [Portal do Agronegócio]..
Em novembro de 2024, a economia brasileira demonstrou resiliência, embora com sinais de desaceleração. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% no terceiro trimestre, abaixo dos 1,4% do trimestre anterior, mas ainda assim superando expectativas. Esse desempenho foi impulsionado pelo consumo das famílias, que aumentou 1,5%, e pelos investimentos, com alta de 2,1%. Em comparação ao mesmo período de 2023, o PIB apresentou uma expansão de 4,0% [Reuters].
No mercado financeiro, o Ibovespa encerrou novembro com uma queda de 3,12%, marcando o pior desempenho mensal em sete anos. Essa retração foi atribuída a preocupações fiscais, especialmente após o anúncio de um pacote de medidas pelo governo federal que não atendeu às expectativas dos investidores. A reação negativa resultou em uma queda de 2,4% no índice em um único pregão, levando-o ao menor nível de fechamento desde junho [Reuters].
Além disso, o dólar ultrapassou a marca de 6 reais, refletindo a apreensão do mercado quanto à sustentabilidade fiscal do país. O aumento da moeda norte-americana pressionou setores dependentes de importações e elevou as expectativas inflacionárias. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou alta de 0,62% em novembro, impulsionado principalmente pelo aumento nos preços dos alimentos [Reuters].
Em resposta ao cenário inflacionário, o Banco Central sinalizou a possibilidade de elevação da taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária. A expectativa é de um aumento de 0,75 ponto percentual, visando conter as pressões inflacionárias e ancorar as expectativas do mercado [Reuters]...
Em novembro de 2024, o mercado de commodities apresentou movimentos significativos, influenciados por fatores climáticos, geopolíticos e econômicos. O preço do cacau subiu quase 24%, impulsionado por preocupações com um possível déficit na oferta devido ao excesso de chuvas em países produtores. O café também registrou alta histórica nos preços, em meio a expectativas de uma safra menor no Brasil e problemas logísticos. A soja manteve uma perspectiva positiva, com projeções de safra recorde e aumento das previsões de exportação, sustentadas por chuvas favoráveis no Sul do país. O petróleo se manteve relativamente estável, mas a volatilidade aumentou devido a tensões no Oriente Médio e possíveis cortes de produção pela OPEP+. Já o ouro teve leve valorização, com investidores buscando segurança diante das incertezas econômicas globais [Investing.com][Reuters][Globo Rural].
As perspectivas para o próximo mês permanecem mistas, com destaque para as políticas monetárias globais e os desafios econômicos específicos de cada região. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, após os cortes recentes nas taxas de juros, será observado de perto quanto a novas decisões que possam impactar o crescimento e a inflação. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) está avaliando uma desaceleração no ritmo de aumentos das taxas, especialmente após os sinais de enfraquecimento da inflação. No Brasil, a atenção estará voltada para o impacto das medidas fiscais do governo, que precisarão ser fortalecidas para restaurar a confiança dos investidores e conter a inflação elevada. Na Ásia, a China deve continuar implementando medidas de estímulo econômico para apoiar o setor imobiliário e enfrentar desafios econômicos internos.
- InvestNews
- Exame
- InfoMoney
- Investing.com
- Valor Econômico
- Bloomberg
- The Wall Street Journal
- Financial Times
- Reuters
- Globo Rural
- Portal do Agronegócio
Esse resumo mensal oferece uma visão abrangente dos principais movimentos e indicadores do mercado financeiro global e brasileiro em outubro, proporcionando informações valiosas para uma tomada de decisão mais consciente no próximo mês.